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História da Dança do Ventre

O QUE É DANÇA DO VENTRE

Por Alexandra Noronha

A história da dança do ventre é tão antiga quanto à história da humanidade. É a primeira dança feminina de que se tem registro. Enquanto as outras danças eram ligadas à sobrevivência (chuva, caça…) e executadas pelos homens, desenhos em cavernas de mulheres dançando, já evidenciavam seus ventres a mostra. É claro que esta dança difere em muito da que conhecemos hoje, mas a sua origem e essência, está ligada ao matriarcado.
A forma de dança chamada em árabe de "Raqs Sharqui" (dança do oriente) existe provavelmente há milhares de anos. Há muitas teorias sobre suas origens, uma das quais a, que tem suas raízes na Índia e que de lá foi difundida pelos ciganos que a divulgaram no Ocidente. Outros dizem que ela nasceu no Antigo Egito, e querem traçar no passado sua origem de acordo com antigas danças rituais da Idade da Pedra, nas religiões que cultivavam a grande Deusa.
Também se acredita que a dança existiu como forma de arte nas cortes tanto sob o Império Romano quanto mais tarde no Império Otomano (Turquia). Durante esta época, imagina-se que a dança possa ter se espalhado por todo o mundo árabe. Infelizmente não há documentos suficientes que comprovem a dança até o século XX e a documentação existente é difícil de interpretar, pois dança são uma arte visual e o que se tem é a visão subjetiva do expectador que a assiste. De qualquer forma, uma pequena estatueta do século II d.C. mostra uma dançarina em pose típica de dança oriental, tocando instrumentos antecessores dos "snujs" que a bailarina toca hoje em dia.
A dança é uma parte integrada na música árabe. É difícil acreditar que uma dança que interpreta em tão alto grau cada nuance da musica possa ter mudado tanto, quando você sabe que a música tem fortes raízes que voltam ao passado da cultura árabe. Ambas, música e dança é parte do dia a dia no mundo árabe; pessoas se encontram, tocam e dançam como parte do cotidiano. A dança e a música tradicional são também elementos importantíssimos em ocasiões especiais como casamentos, por exemplo.
A execução da dança e a música tem sido preservada em alto grau por tribos especiais ou "famílias" extensas que tradicionalmente trabalham com entretenimento como, por exemplo, a "Ouled Nail" na Algeria e a "Ghawazee" no Egito. Ela tem preservado a dança e a música em sua forma original, apesar de termos que contar com certa quantidade de mudanças durante tantos séculos. Considerações sobre suas apresentações podem ser encontradas em alguma literatura "Orientalista" do século XIX.
Os movimentos de contração, ondulação e vibração foram desenvolvidos pelas mulheres no intuito de aliviar dores menstruais e preparar os músculos para a gestação e o trabalho de parto. Por este motivo, a dança diversas vezes é também associada ao culto da Grande Deusa (natureza) em virtude da fertilidade do ventre e da terra.
Os ciganos, nômades, espalharam-se pelo mundo carregando consigo uma cultura e um modo de vida muito particular. Rumo ao ocidente, passando pela Pérsia, Mesopotâmia, Turquia, Norte da África até chegar ao sul da Europa. Muitas vezes para sobreviver, usavam de números artísticos, cantando e dançando em mercados e feiras livres. Diversas manifestações de cultura surgiram do resultado dessas miscigenações aos costumes locais.

A Dança vem para o Ocidente

Durante o século XIX, o Oriente estava na moda. Muitos viajavam para os exóticos países e ficavam fascinados pela diversidade cultural encontrada lá. Autores e pintores descreveram seus encontros com bailarinas, que usavam seu corpo de forma a chocar os expectadores ocidentais, educados na era vitoriana. A dança foi vista na Europa pela primeira vez na Mostra Mundial de Paris em 1889; foram trazidos diversos artistas de rua algerianos para se apresentar dentro da mostra. No meio deles havia alguns dançarinos, não como os de hoje, que estavam apropriadamente vestidos com costumes tópicos. Este espetáculo interessou ao "American Sol Bloom", que os levou em outro ano para a Exibição Mundial de Chicado em 1893. Uma dessas dançarinas que veio, ficou na América e mais tarde tornou-se a conhecida dançarina "Little Egypt". O termo em francês "danse du ventre", foi traduzido para dança do ventre, nome pelo qual hoje a dança é conhecida. A dança logo se tornou "burlesca" e ganhou má reputação; até hoje as amantes dessa arte lutam para retirar esse rótulo e colocá-la numa posição privilegiada ao lado de outras formas de arte.
Quando os ocidentais chegaram ao Egito, por volta do final do séc. IX ficaram encantados com o dança exótica das dançarinas regionais. Estas, por sua vez, adaptaram a dança e as vestimentas ao gosto ocidental e acabaram por deixar as ruas entrando para clubes noturnos. Chegando aos Estados Unidos através da França, na época “hollywoodiana” a dança atingiu o conhecimento mundial do público, embora com conotações sexuais que por longos anos foram prejudiciais a verdadeira função da dança.
Em contato com o balé clássico, a dança incorporou braços delicados, pés na meia-ponta, técnicas precisas e coreografias. Transformada assim em espetáculo, a dança do ventre ganhou espaço nos grandes teatros, casas de show e telas do cinema.
A “Rack El Sharq”, “Dança do Leste”, ganhou na França o nome "Dança do Ventre", associado ao lado físico das movimentações (tronco, quadris, abdômen), além da própria origem histórica sempre ligada a representação da fertilidade, da gestação, do nascimento e da maternidade.
Dançada até hoje pelas mulheres nos países do Oriente Médio, a vida é comemorada com música e dança por esses povos, que tem por cultura celebrar desta forma, o parto, a primeira menstruação, a gravidez, o batizado, casamentos, aniversários, colheitas…
Aqui no Ocidente, esta manifestação artística conquistou adeptas de todas as culturas e idades, sendo extremamente difundida através de profissionais e escolas especializadas, além de usada como auxílio terapêutico em casos de resgate da autoestima feminina entre outras.

ALGUNS BENEFÍCIOS DA DANÇA DO VENTRE

De característica essencialmente feminina, a Dança do Ventre pode ser considerada uma verdadeira celebração da vida. É no ventre que a vida do ser humano é gerada: região de fertilidade; criação; sensualidade. Lidar com a sensualidade envolve trabalhar bloqueios energéticos e emocionais, autoconhecimento, criatividade, contribuindo para a auto-estima.
Hoje em dia, as mulheres andam sempre ocupadas, em sua dupla jornada de trabalho (emprego e casa), enfim, sem tempo para elas mesmas. A dança do ventre possibilita à mulher romper com o stress do dia-a-dia e permite que suas reações interiores se expressem na dança. Ela tem a oportunidade de lidar com os seus medos, anseios, bloqueios e dificuldades de uma forma prazerosa e sem cobranças.
Ao analisarmos uma boa bailarina de Dança do Ventre, iremos reparar que ela dança com seus mais profundos sentimentos como amor, esperança, alegria, liberdade... Por isso, quando a bailarina não se entrega totalmente à dança, e naquele momento ela está triste, ou em desamor, fatalmente deixará transparecer em seus movimentos. Durante as aulas, quando alguém chega com algum problema ou preocupação, "se desliga" e curte aquele momento com total prazer, sentindo-se mais forte e confiante, e as tímidas desenvolvem um melhor convívio social.
Plano físico: alonga o corpo, corrige a postura, traz flexibilidade e leveza aos movimentos. Cria tônus muscular. Desenvolve ritmo e coordenação motora. Auxilia nos tratamentos de hipertensão, stress, depressão e emagrecimento, entre outros. Fortalece e massageia os órgãos internos, regulando as funções menstruais e intestinais, combatendo problemas como TPM, cólicas, constipação intestinal, dores renais... Prepara o corpo para o parto e a recuperação no pós-parto. Melhora a respiração.
Plano emocional: resgata a essência do feminino, despertando a sensualidade e a beleza que existe em cada padrão de corpo (alto ou baixo, gordo ou magro,...) e naturalmente elevando a auto-estima. Ativa todo o fluxo de energia do corpo, estimulando o equilíbrio e harmonizando os chakras. Traz diversão, proporcionando o relaxamento mental e aliviando o stress.
Plano espiritual: a dança é uma forma de conexão com o Divino (independente de credo ou religião) encontrada da antiguidade aos tempos modernos, em todas as culturas e civilizações.
Plano social: desperta o interesse pelas artes e por outras culturas, através da música clássica, moderna e dos ritmos diversos. Promove a boa convivência com amigas, colegas e familiares. Incentiva a boa convivência com a natureza e conscientiza sobre a responsabilidade social de cada mulher (as educadoras da nova geração).
Para as crianças: com aplicação de conceito e linguagem de aula totalmente diferente das turmas adultas, além de todos os benefícios citados anteriormente, a criança desenvolve disciplina e interesse cultural, contam-se histórias infantis. Aprendendo a conhecer e respeitar seu corpo desde cedo, a menina será mais bem preparada para o amadurecimento.

A dança atua diretamente no nosso centro de energia, o ventre, distribuindo-a de forma harmonizada e, assim, equilibrando os chakras. Com movimentos circulares, massageia os órgãos internos e proporciona à mulher benefícios incríveis:
Considera-se ainda que ajudem na gravidez e no parto, fortalecendo os músculos da barriga, que sustentam melhor o bebê durante a gestação e no momento do parto têm mais força para expelir a criança.
É importante lembrar que os benefícios variam de mulher para mulher, de acordo com a idade, e com o tempo de prática de aula. Enfim, vivenciar a Dança do Ventre significa celebrar a alegria de ser mulher.

FONTES:
www.lulusabongi.com.br
www.aichahortale.com
www.khanelkhalili.com.br